VOCÊ ENXERGA SEU FILHO?


Faço parte de uma geração que foi adolescente nos anos 80, e por incrível que possa parecer, tínhamos uma visão inocente do mundo ao redor. Minha mãe frequentava os shows de Ney Matogrosso, que dançava seminu, com todos os trejeitos afeminados possíveis, e mesmo assim não o via como homossexual. O mesmo com George Michael, Freddy Mercury, Lauro Corona, Elton John, Renato Russo, e até mesmo Cazuza. Talvez tivesse outras coisas mais relevantes do que se preocupar com a sexualidade alheia.

O termo “gay” ameniza um pouco a forma de referência a um grupo gigantesco presente na sociedade de hoje.  Parece que há mais gays em 2020 que em 1990. Acredito que não. Hoje existe a liberdade de ser quem quiser ser, mesmo que parte do mundo ainda condene. Então aí vem o assunto que queria abordar. Apesar dessa liberdade, por que muitos ainda se escondem?

A maturidade dá a gente uma visão sem filtro do mundo que nos faz codificar e ler muitas pessoas a nossa volta. Identifico um gay (de ambos os sexos), se ele é assumido, se ele é enrustido, se disfarça, se quer esconder a todo custo, ou se auto designa dentro da vasta denominação de sexualidade de hoje. Confesso que algumas dessas referencias tenho dificuldade de compreender. Mas sei que são! Identifico e conheço muitos ao meu redor.

Não vejo necessidade das pessoas se esconderem atrás de religião, casamentos ou namoros, que tenho certeza naufragarão em algum momento da vida. Manter vida dupla é difícil, principalmente quando os filhos surgem na história. Vejo que o sofrimento de “se assumir” ganha uma proporção gigantesca quando as crianças começam a ter noção do mundo. Essa coisa de se manter preso no armário gera tanta infelicidade que tudo em volta perde a cor.

Mas qual o momento de viver livre? Não existe data para isso, por que não há regra. Cada pessoa sabe o momento certo. A única coisa que penso, é que se enganar não leva a nada. Haverá o momento, e esse é único e exclusivo da pessoa. Ninguém pode forçar o outro a sair do armário. É imoral, desumano, criminoso, expor alguém antes que esteja pronto para isso. Existe tempo dentro da cabeça de todos para auto aceitação. Só depois, quando tudo estiver sincronizado, a pessoa terá coragem e força para enfrentar olhares e risadinhas alheias.

Não vou me ater a aceitação de família, nem ao clichê de que filho é filho independente da sexualidade por que isso é obvio, é um assunto que não se discute. Ninguém se torna menos filho por ser gay. Não vivemos mais na idade média. O mundo está escancarado na nossa frente. Se pais olhassem os seus filhos desde pequenos e pudessem notar neles a aflição de ser “diferente”, poupariam uma vida adulta sofrida e os ajudariam a serem mais feliz e libertos.

Vivemos numa sociedade machista? Sem dúvida. Vivemos numa sociedade religiosamente hipócrita? Sem dúvida! Mas também vivemos numa sociedade clara, que explica, que tenta fazer entender que não é uma escolha, é uma condição. Não há culpados. O meio não transforma ninguém em gay, muito menos a criação.

Pais, olhem seus filhos sem filtros. Será mais fácil aceita-los. Que sejam crianças, adolescentes ou mesmo adultos. Apenas enxergue-os. Não os faça casar e construir uma família de açúcar que se desmanchará inevitavelmente em algum momento da história.
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Todos têm o direito de viverem as experiências que quiserem para se compreender. Só não se enganem. Isso só prolongará o sofrimento.

Na casa do vizinho eu aceito, na minha não.

Isso é triste, enfadonho e gerador de tristezas. Abram os olhos e aceitem. É mais fácil, afinal somos todos humanos, passiveis de erros, mas não de crueldades.

AMOR DE MÃE

É difícil para um homem, normativamente masculino, cisgênero, como dizem hoje, sem filhos, entender a complexidade do que é “ser mãe”.

A minha já se foi há alguns anos, e dramática como era, reclamava o tempo todo do seu papel principal, o de ser mãe. Mesmo assim, com todos defeitos e virtudes de um ser humano imperfeito ela foi sim, um exemplo a ser seguido. O que para nós filhos engrandece o coração é escutar estranhos lamentarem sua ausência. Talvez a melhor de suas qualidades era o de não guardar rancor, mágoas ou qualquer tipo de sentimentos ruins acerca de outros. Apanhou da vida, foi traída por amigos, ridicularizada por sua ingenuidade, mas firme e forte no propósito de criar os filhos da melhor forma que conseguisse, sozinha, por que a quem escolheu para compartilhar a tarefa estava mais preocupado com o universo em torno de seu umbigo masculino – o tipo que acreditou uma vida toda que o seu único papel era prover a casa.

Lourdes – o personagem de Regina Casé em Amor de Mãe,  talvez seja a colcha de retalhos de diversas mulheres genitoras, solitárias na função de criar e educar. E muitas vezes vejo no afeto, no carinho da mão que parece proteger o filho como uma grande asa a resguarda-lo, gestos da minha mãe.
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Não tenho como afirmar que em outros países existam mulheres como as brasileiras mães. Aqui temos essa coisa “passional, visceral, dramática”, que compõe personagens anônimas onde quer que olhemos. As vezes penso que a ignorância cultural de algumas é o que as fortalece na briga pelo espaço de onde colocar sua cria. Conheço exemplos maravilhosos de mulheres assim.

Tenho o privilégio de ter desfrutado da história de muitas delas. Brincava dizendo que tinha várias mães, o que causava enorme ciúme na minha de verdade. Vi mãe que criou sozinha seus filhos, outra que foi o alicerce de uma casa onde o marido, muitas vezes ausente, estava pelo mundo a pastorear ovelhas na tarefa árdua de conduzi-las ao bem maior. Mães que lutavam como leoas para proteger sua prole. Vi, enxerguei cada uma delas.

Tenho uma sogra que é o exemplo de tudo isso junto. Uma força tão grande que as vezes não entendo como cabe dentro de um corpo pequeno. Uma Lourdes que nunca descansa, nunca para de lutar. Uma mulher tão igual a milhares de mães desse pais, que pegou cada um de seus filhos e olhou nos olhos para mostrar a realidade da vida. Uma mãe que muitos esqueceram que era mulher. Uma vítima, como tantas, do machismo exacerbado de homens fracos que batem no peito como gorilas para impressionar as fêmeas do bando. Uma mulher com hombridade e respeito pelo próximo. Uma mão estendida até para os algozes que muitas vezes lhe tiraram o sorriso. Sorriso esse que se abre a cada um que se abriga no seu gigantesco abraço.

Seriamos um mundo melhor se existissem mais homens “ mães”. Há uma grande diferença nas gerações dos anos 2000. Uma leveza, uma maior percepção do cuidar. Estamos longe de termos igualdade dentro dos lares, mas já existe sim uma grande porcentagem de “caras” de respeito. Somos um pais atrasado, que dá três passos para frente e cinco para trás, mas mesmo assim, alguns andam para o lado e saem do estigma do macho provedor.

Mãe...para quem ainda desfruta da mão protetora (não existe idade para isso, basta sua presença) regozije-se!!! O amor de mãe é insubstituível...

A LEI DA RECIPROCIDADE

Quanto mais o tempo passa, a gente amadurece e mais certo fica que existe uma lei de reciprocidade para o bem praticado.
Tenho por habito, analisar as pessoas. Um dos passatempos preferidos ( quando tinha tempo livre) era, caso precisasse aguardar alguém num shopping ou coisa do tipo, ficar olhando as pessoas que transitavam e tentar identificar o tipo de vida que elas levavam. O físico, a roupa, os gestuais dizem muito sobre alguém. Vários personagens dos meus textos saíram dessas observações.

Mas essa maturidade também traz a sabedoria para identificar as mascaras e carapuças que as pessoas usam. Você olha aquela pessoa bem sucedida, simpática, amável, e acredita que ela seja feliz. Afinal tudo que gira em torno dela é sucesso. Mas se der aquele zoom, aquela olhada microscópica no interior vai enxergar uma imensidão de desagrados. Infelicidade, inveja, solidão (essa é a mais grave de todas). A que consome! Sorrisos escondem. Viagens fotografadas escondem. Mas quando se tem a vivencia e a percepção do ser humano você enxerga o quanto a sombra da solidão corrói uma pessoa.

Vivemos para construir laços, difíceis claro de manterem-se firmes, mas como um barco a deriva, quando entra agua de um lado, esvazia de outro. E assim mantemos as relações. Primeiro as amorosas, a quem devemos investir mais. Depois as de família, amizades, coleguismos. Mas o mais importante é ter para quem voltar no fim do dia...sabe aquela ideia de envelhecer junto com a pessoa que sabe conversar, te entender no silencio. Imprescindível.

Ahhhh, como é bom ter para quem voltar. Seja seus pais, filhos, cônjuges, ou até aquele amigo que divide um teto contigo, ou seus bichos de estimação.

Quão vaga, frívola, infrutífera é a vida da pessoa de sorriso largo que mascara a solidão. O pior, essas pessoas não sabem como sair desse circulo vicioso. Cada dia mais, ficam mais presas na mesquinharia de seus atos. Refugiam-se no dinheiro, na profissão (percebam que essas pessoas adoram falar de seus cursos, mestrados e doutorados, da vida sem filhos que abdicaram por um bem maior). Entenda que não critico a decisão de não ter filhos. Isso não cabe julgamento.

Minha avó dizia: quando alguém lhe procurar pedindo ajuda ( financeira, emocional, até mesmo um prato de comida) ouça primeiro. Em seguida analise se tem condição de ajudar aquela pessoa. As pessoas não vêm a você de graça, se chegaram, se tiveram a coragem de te abordar é por que há alguma necessidade. Se puder ajude! Essa é a lei universal da reciprocidade. Você faz, o universo te devolve, muitas vezes em dobro.

Então quando um dia você olhar em volta e o que encontrar seja apenas espaços vazios. Se ao abrir a porta da sua casa o som que ouvirá será o silencio, saiba entender. Talvez o universo esteja te devolvendo o que você deu a alguém.
Sejamos felizes amando e ajudando o próximo dentro dos limites que nos cabem. E olha, Deus sabe bem o tamanho desse limite...rs...então não adianta enganar-se.

abraços


COISA BOA PRA VOCÊ!

Acho tão nojento o falso moralismo e pudor exacerbado da nossa sociedade! Acredito que em outros países existam outros tipos de nhen nehn nhens sobre sexo, mas aqui no Brasil é tão ridículo o bla bla bla, que sou obrigado a usar essas interjeições para exemplificar a infantilidade do povo.

Sex Shop é um tabu intransponível para muita gente, e o conteúdo la vendido uma heresia para a família tradicional brasileira. Onde já se viu comprar essas “porcarias”. Talvez (agora me dirijo àquela senhora ou senhor cheio de pudores e preconceitos), se vocês em algum momento da vida tivessem feito uso das brincadeiras, fetiches e instrumentos íntimos vendidos em sex shop hoje não estariam aí, mal amados, arrastando casamentos falidos pelo simples fato de não quererem mostrar a sociedade seus fracassos.

Obviamente que casamentos não se baseiam em brincadeiras sexuais, mas se terapeutas dizem que o sexo é 50% da relação, então é sim, obrigatório que depois de um tempo, quando o fogo começa a virar brasa que de alguma forma esses “pudores” sejam deixados de lado e se faça uso de alguma coisa “ a mais” para que a rotina e a mesmice sejam abolidas.

Temos vidas corridas, trabalho, academia, estudos, filhos, parentes, chefes e mais um montão de coisas que nos tiram o foco da vida intima. Agregado a isso vem à monotonia, a idade a falta de interesse pela pessoa que esta do seu lado, que ao invés de coloca-lo pra cima, te enche criticas que fazem com que sua libido esvaia ralo abaixo.

Por que não apimentar com algum tipo de brinquedo? Isso é bom, e qualquer vendedor de sex shop alega que é essencial para a felicidade de um casal. Aí está o problema. Não tenho dados percentuais para afirmar quantas pessoas entram nessas lojas ( hoje sei que bem mais), mas mesmo assim há aquele medo de ser visto entrando, pior ainda, ser visto saindo com uma sacolinha...rs rs rs.

Alguns anos atrás minha irmã foi acusada (na tentativa de denegrir sua imagem) de ter sido vista num sex shop. Absurdamente acusada (agora estou rindo de verdade) como se isso fosse a macula do seu caráter. A pessoa que disse é ignóbil e não merece credito, mas o que quero demonstrar e a falsa moral da sociedade, que dita regras sobre a conduta de uma mulher casada. E se ela realmente tivesse ido com intuito de apimentar a vida intima dela com o marido? Mas não, a intenção era dizer que se ela estava la era por indecência, e não por uma questão sadia.

Vou ao sex shop, não tenho problemas com isso. Consumo produtos? Aí vai da ocasião, também não vejo mal nisso. E muito menos de fazer uso de artifícios que incrementem a vida a dois. Seja num namoro, num casamento, numa relação de anos, é normal, e saudável manter a chama acesa.

Lembro-me de outra passagem que ouvi do meu pai certa vez. Havia um senhor que durante a comunhão na igreja (católica obvio) ministrava a hóstia junto do padre. Um senhor de boa aparência, casto, bem casado, com filhos bonitos. Uma família de comercial de plano de saúde. Bem, esse senhor que pregava a moral e bons costumes aos berros, quase negando a comunhão para pessoas que julgava, digo “julgava” inaptas tinha um cineminha pornô no porão da casa dele e as sextas feiras reunia amigos para uma lasciva sessão de cinema adulto. Incoerente demais isso! Esses são os que julgam e tornam infelizes centenas de milhares de donas de casa que vivem a sombra da realidade, contentando-se com relatos no estilo 50 tons de cinza que leem escondidas na ante sala do medico.


Filmes pornôs, apetrechos sexuais, até bonecas (os) infláveis, ou seja la o que estiver envolvido saudavelmente na sua intimidade não tem problema algum. Você não vai para inferno por que comprou um dado erótico, uma prótese peniana, uma vagina masturbatória, uma fantasia de enfermeira ou de bombeiro. O que vai te levar para o inferno é sua língua ferina, maledicente, preconceituosa, racista, e mentirosa. Não entender e não amar o próximo com sinceridade e pureza é pior do que ser visto entrando num sex shop, tenha certeza.

ABRAÇO A TODOS.

VOCÊ SABE QUEM É DEUS?

Moço, teria um tempinho para “a palavra do senhor”? 

NÃO...

Hoje provavelmente seria minha resposta se abordado por alguém com uma bíblia sob as axilas suadas. 

Sinceramente, não sei se minha evolução espiritual esta numa fase de descrença da humanidade ou se com o passar dos anos ficamos mais céticos com os pregadores da palavra. Sei que minha fé não esta abalada, mas minha crença no homem sim.

Há muitos anos li “operação cavalo de troia” e foi minha primeira mudança de conceito sobre religião. Para quem não conhece a historia, o primeiro livro relata a epopeia de um grupo de cientistas que após encontrar manuscritos de uma possível maquina do tempo a constroem e enviam um general para a ultima semana de Cristo na terra, sua paixão, morte e ressurreição. O texto é tão bem elaborado, conciso e crível, que no final ficamos em duvida se realmente é ficção ou um relato pessoal. Só sei que minha visão sobre o homem Cristo mudou depois da leitura, o vi mais humano e próximo do que somos. 

A segunda pancada religiosa foi quando li o "Código Da Vinci". Pura ficção, mas que me fez rever a trajetória de Maria Madalena e realmente questionar: não teria sido ela a esposa de Cristo? Tudo leva a crer que sim, mas a igreja Católica repudia essa teoria, que julgam absurda e blasfêmica. Se um homem judeu, que até os 30 anos viveu absorto dentro de uma sociedade onde meninos casavam-se aos 18 anos obrigatoriamente, não seria solteiro apenas por que "ah não to afim de ter mulher". Perguntas que padres e religiosos detestam responder. 

Ontem tive outro insight religioso após assistir “A cabana”. Novamente a ficção nos faz raciocinar sobre temas tão obscuros como sobre quem é o SER superior que cremos sem nunca termos visto, que nos acalenta o coração quando estamos aflitos, a quem recorremos nas horas difíceis. Mas quem é o CRIADOR que ama sua criatura sem distinção, apenas ama. 

Pois é, não conheço William P. Young, autor do best seller que chegou ao cinemas mês passado. Só sei que ele retrata Deus de uma forma tão clara, tão absurdamente didática que terminamos o filme compreendendo o que significa o amor dele pela a humanidade. 

Fui criado na religião católica, jamais abandonarei minha crença, meu batismo, minhas ideologias e apegos. Mas lamento muito que padres, pastores não consigam atingir com tanta clareza o cerne das questões que nós meros mortais temos sobre tudo que envolve o “ amor ao próximo”. Aí um autor, pessoa comum, escreve sobre o tema e discorre sobre tanta coisa importante de uma forma tão clara que você se diz: por que nunca entendi dessa forma.

Vá ler a Bíblia que você entende!!! Não, infelizmente não entendemos. Necessário anos e anos de leitura e explicações para talvez acharmos que compreendemos algo. E nesse ínterim, desistimos da busca.

Mas veja bem, “ A Cabana” é uma ficção, uma historia como tantas outras que ocorrem diariamente. O sofrimento, a tristeza, a felicidade, a descrença, tudo ali exposto, debatido. Duas horas de filme, rodados com atores profissionais, editado. Há preocupação com cenários, luz, som, e tudo que envolve uma produção que tem como objetivo apenas obter exito nas bilheterias. Compreendo muito bem isso. Mas colocando essas coisas praticas de lado, sobra uma mensagem sensacional sobre como enxergar Deus. 

A primeira coisa que dizemos ao sermos abalados por uma tragédia é: Por que Deus deixou isso acontecer? Pois é, assistam ao filme, compreendam nas palavras Dele o porquê de tudo.

Uma frase ficou na minha cabeça e me fez entender claramente o significado de algo que a religião Cristã em si prega: O Perdão.

“O Perdão não estabelece um relacionamento. Trata-se apenas de aliviar o nó na garganta”.


Abraços a todos...



A CORAGEM DE DEIXAR IR

Até onde iria seu amor em relação ao parceiro se este sofresse de uma grave e terminal doença? Até onde iria sua devoção a um pai, mãe, irmão, se este te pedisse que aliviasse o sofrimento?

Há alguns anos me questionei sobre isso, mas conclui que jamais conseguiria por fim a vida de uma pessoa, mesmo que ela estivesse sofrendo muito, e clamasse pela morte. Pediria a Deus que findasse a vida, mas não teria coragem “eu” de interrompê-la.

Talvez digam que é egoísmo da minha parte manter uma pessoa viva, acamada, sem perspectiva de cura, num sofrimento diário e infindável. E respondo que não é minha a tarefa de extirpar a dor. Quem sabe seja a tarefa de permanecer ao lado, tentando amenizar essa dor, mas nunca, jamais colocar fim. Não me cabe esse direito. 

Conheço pessoas, já vivi perto, convivi com gente que estava no fim, e sei que em alguns casos os entes que cercam é que prendem aquele individuo a vida. O Câncer e outras tantas doenças graves são males que infelizmente o ser humano tem que enfrentar. Já vi curas milagrosas, tratamentos horríveis, que resultaram numa vida saudável depois, mas também já presenciei lutas que não levaram a lugar algum, apenas estenderam o sofrimento para preparar os que estavam em volta para a partida definitiva. 

E é nesse momento que os sãos devem prestara atenção. Quando é a hora de deixar partir? O doente às vezes, já cansado, se apega a vida para que os que o amam não sofra, e assim multiplica em centenas de vezes o seu próprio sofrimento. Existe um liame tênue entre a desesperança e o desapego. 

Não é encarar a doença como se ela já tivera abatido mortalmente o paciente, não é isso. Há de termos esperança na cura, no milagre divino que abençoa alguns seres inexplicavelmente nesse mundo. Ir até esse limite, onde a medicina não atua mais, onde os tratamentos não são mais eficazes e o corpo enfraquece, mas a mente não. O doente se cansa do sofrimento, mas luta, dia após dia pela vida, por que vê nos olhos dos queridos que ainda não estão preparados para a separação. É nesse momento, difícil e doloroso momento, que precisamos deixa-los ir. É preciso uma frieza sobrenatural para olhar o enfermo, deixar todo amor de lado e concluir: esse sofrimento não é digno, passou do limite. Nesse momento sim ha eutanásia do amor, por que você clama a Deus, ou a quem acredite superior, dentro de sua religião, que interrompa aquele sofrimento e o leve, de forma serena, sem dor, calmo e amorosamente. Pedir pelo fim de um sofrimento é desprender-se de um egoísmo. Muitas vezes pedimos pela cura que não existe, simplesmente pelo medo do que está pra vir, após a ida do enfermo.

Acredito nessa eutanásia. Na que você pede o fim e não o comete.



abraços

MINHA ALMA MELANCÓLICA

Ontem a tarde voltava do mercado ouvindo uma coletânea de musicas que gravei recentemente, e percebi que tenho uma alma melancólica. 

Busquei por isso no passado e percebi que sempre fui assim. Na adolescência ouvia musica clássica para me inspirar no desenho, nos estudos. Passava horas concentrado ao som de clássicos de piano e violino. Ainda hoje Moonligth Sonata de Beethoven me emociona.

Quando minha sobrinha mais velha nasceu eu ajudava fazendo-a dormir ao som de “aquellos ojos verdes” cantado com sotaque carregado por Nat King Cole. A pequena dormia na hora. Boleros sempre me inspiraram. Havia um disco de pout pourri com os mais conhecidos boleros que minha mãe escutava diariamente. O LP se perdeu nas muitas mudanças, mas eu consegui acha-lo na internet, e fiz download. Confesso que a primeira vez que o coloquei para tocar, foi uma emoção inexplicável, até por que trouxe toda uma carga de lembranças e saudades da minha mãe. Por isso amo a internet.

O fato de ter a alma melancólica não esta diretamente ligado a depressão. Alias, dou graças por não conhecer a doença. Nessa reflexão conclui que uma coisa não esta ligada a outra, e ouvindo as musicas “depres” consegui compreender que por mais que isso tudo seja, aos olhos dos outros talvez, uma coisa deprimida, eu sou feliz. Dentro das possibilidades da vida, concluo que sou feliz. Quando somos mais “maduros” entendemos que não existe felicidade daquelas de adolescentes cheias de purpurinas e canetas coloridas. As varias perdas, as saudades, as lembranças, os amigos que passaram por nós e não retornaram, tudo isso vai descontando do saldo de felicidades partes do seu credito. Mesmo assim, o que sobrou, o que conquistei no lugar dessas perdas, me fazem feliz. E não é uma utopia, ou uma facebookmania de querer mostrar algo que não existe. Sou feliz, em momentos, em fragmentos, em pedaços que aparecem cá ou lá. 

Para se ter noção do meu gosto musical, fiz os downloads dos vídeos pelo you tube e gravei-os para depois assisti-los de uma única vez, aleatoriamente, e ir me surpreendendo. Claro que era uma lista enorme, feita por mim, mas quando se ouve, tem outra conotação. Elis apareceu chorosa cantando “Atrás da Porta”, apoteótico para dor de cotovelo...rs. Logo depois veio Maysa com Hymene de L´amour, Cauby e Altemar Dutra com “Brigas” e o mais grave de tudo, emocionar ouvindo “Manhãs de Setembro” com Vanusa. É de gargalhar, de tão trágico!

Meu gosto para filmes não poderia ser outro a não ser Drama. Claro e obvio que comedias me deixam mais leve. Cinema de certa forma me agrada muito. Talvez isso esteja ligado ao encanto da telona, que vem dos primórdios do século passado. 

Pensando bem, acredito que essa alma melancólica talvez exista por eu ter nascido em época errada. Quem sabe se tivesse vivido nas décadas de 40,50,60 isso seria curado ao vivo pelas musicas dor de cotovelo de Lupicínio. 

Há quem diga que carrego flashes de outras vidas. Quem sabe não fui Cleopatra, Napoleão, Getulio Vargas. Por que essas reencarnações são sempre de celebridades...rs. Brincadeira a parte, até pode ser, se realmente houver reencarnação, carrego essa melancolia de outras vidas. Seria uma explicação justa. No mais, continuo ouvindo boa musica, por que entre um Justin Bieber e um Altemar Dutra, fico com o segundo, sem pestanejar.




Abraços

ASCENSÃO DOS ACÉFALOS

Dou graças por hoje não ser mais um aficionado telespectador de BBB. No passado torci, me revoltei, me emocionei com as vitórias e eliminações dos “anônimos” que representavam o povo na TV.

Essa formula de programa já não funciona mais. Após tantos anos, o vicio esta presente. Pessoas treinam caras e bocas e aquela ingenuidade que existia nos primeiros programas onde os competidores esqueciam as câmeras já não existe mais. Eles interpretam personagens criados, talvez pela produção, para fazer a roda girar.

Mas também não sou alienado. Qualquer rede social que se frequente nesse período estampa periodicamente as peripécias dos participantes, por isso, obviamente sei com menos riqueza de detalhes o que se passa la dentro. Confesso não saber o nome de todos, mas sei os rostos e atitudes.

Me espanta ver uma jovenzinha de 21 anos ( acho) ser tão obtusa, mal caráter e imoral como a que desponta no jogo, e provavelmente, pelo andar da carruagem, será a vencedora. Li algumas coisas, vi alguns vídeos, e me assusta a incapacidade dessa menina discernir o certo do errado. Conduzida pelo medico, com quem mantem relações sexuais quase diárias no programa (que vergonha se fosse minha filha), vomita discursos totalmente equivocados sobre vida, família, fama. Pelo tanto que vi, não se trata apenas de deslumbre, é mal caratismo mesmo.

Numa conversa disse que a mãe em fase terminal num hospital esperava sua visita, e ela na casa de um ex-namorado pouco se importava com o que ocorria com sua família. Em depoimento desse ex, o jovem relata que precisaram pressiona-la a voltar, pagando passagem aérea e a acompanhando. Poucos dias depois a mãe morreu. Poderia até encarar que a falta de maturidade provoca essas burrices nos jovens, mas ouvindo alguns diálogos conclui que não é tão inocente assim.

Para meu espanto, verifiquei hoje, antes de escrever esse texto que essa donzela que parece ter caído nas graças do publico, já esteve na berlinda meia dúzia de vezes e volta triunfante com votação inexpressiva. Isso me assustou e chocou. O que o público vê nessa estaferma que possa ser de utilidade? Ela é acéfala!!! Que me desculpem os fãs, mas não da para acreditar que uma menina com comportamento publico, vista por centenas de milhares de pessoas no país, pede ao namorado ( que ela conheceu há pouco) que ejacule em sua boca após o sexo oral. Isso já seria base suficiente para eliminar a garota. Irresponsabilidade em cadeia nacional.

Tanta preocupação com gays, mulatas sambando no carnaval, marchinhas que precisaram mudar a letra por serem consideradas inapropriadas, e a TV aberta apresenta um tipo desses? Que exposição desnecessária! As cenas de sexo dela com o parceiro são quase explicitas. Não se vê imagem, mas se ouve os barulhos. Isso sim é inaceitável. Por que como dizem, é a vida real exposta. Que tipo de jovens são esses? Sinto vergonha alheia quando os ouço falar. Esse namorado quarentão, questionado no inicio do programa em relação a sua sexualidade, que notoriamente irá chutar essa guria pra longe quando fecharem as câmeras. Que tipo é esse?

Formou-se um trio de imorais ali dentro, e o publico parece apoiar. Aí me pergunto: quem são esses que votam por suas permanências? Os mesmos que elegem políticos, que brigam por justiça nas ruas, mas que roubam e sacaneiam pai e mãe? Os que vandalizam patrimônio publico? Me digam, quem são esse?

Isso me preocupa muito, por que esses jovens em breve herdarão o pais, e nesse tempo eu já serei um enfeite no canto da sala. Muito medo do que vem por ai.



abraços

EU QUERIA SER BETTE DAVIS

Vi a silhueta de uma mulher magra e baixa se aproximando lentamente entrando em foco na cena, os olhos grandes. De repente ela fala e penso: é Bette Davis.

Não, é Susan Sarandon. Magistralmente interpretando Bette Davis na série FEUD ao lado de Jessica Lange, sobre a alcunha de Ryan Murphy. Se me perguntassem nesses quiz de facebook, qual atriz de Hollywood você gostaria de ser, responderia: Bette Davis.

A serie conta as dramáticas filmagens de O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (What Ever Happened to Baby Jane? De 1962) com Bette Davis e Joan Crawford, dividindo a cena num thriller de terror. Fantástico !

Joan Crawford herdeira da Pepsi, enlouquecida, psicótica ( quem viu Mamãezinha Querida – filme biografia da atriz com Faye Dunaway) sabe o quão desequilibrada era. Numa apoteótica volta ao cinema após anos afastada por causa do casamento com o magnata dos refrigerantes Joan vê a possibilidade de ascensão novamente nas mãos dos estúdios Warner e aceita dividir o estrelato com sua arqui-inimiga Bette Davis, considerada a segunda melhor atriz de todos os tempos ( perde para Katherine Hepburn).

Bette Davis, ganhadora de dois Oscars, conhecida por personagens antipáticos e cruéis, é sem duvida uma das figuras mais marcantes do cinema. Teve 10 indicações ao Oscar, sendo 5 consecutivas, e ainda não ultrapassadas por ninguém. A quantidade de indicações já foi superada por Meryl Streep. Bette faz de seu personagem em O Que Terá Acontecido a Baby Jane? um épico do terror. 


Mas ao assistir FEUD, não há como desvencilhar os olhares, voz, trejeitos de Susan Sarandon aos de Bette Davis. Jessica Lange está perfeita, mas ainda aquém de Crawford. A serie é divertida para quem sempre foi amante do cinema. Ouvir, ver, saber de fatos da época é um deleite a parte. Ryan Murphy ( Glee, American Horror History, American Criminal History) é um grande roteirista. Sabe criar uma formula que prende atençãoe te faz querer mais. Talvez a verba para FEUD tenha sido boa, por que tudo é muito bem produzido.

Vale a pena conferir. No Brasil não sei quando ou se um dia será oferecido ao telespectador. Talvez o Netflix se interesse. No mais, download com ótima imagem está disponível nos sites do gênero. Vale a pena.

Abraço.



A BELA E A FERA...DE NOVO?


Voltei a ir ao cinema com frequência. O advento de uma carteirinha de estudante é sensacional para não se deixar os olhos da cara na compra de ingressos. A qualidade das salas melhoraram muito nos últimos anos, mas nada justifica um ingresso de R$ 42,00 numa noite de sábado. Mas essa introdução é apenas para falar sobre a refilmagem do clássico Disney: A Bela e a Fera.

Já vi todas as versões, e olha que nem gosto muito do gênero “princesas Disney”. E não é pelo fato de serem subjugadas a príncipes, madrastas, anões, feras, maldições e bla bla bla, é que realmente não me interessa.

Cada vez mais tecnológica a Disney nos presenteia com imagens lindíssimas de computação gráfica, tão criveis, que nos reportamos para dentro da tela. Assisti o filme em 3D e um dos melhores até hoje, confesso.

A história é a mesma, mas contada minunciosamente. O prólogo deixa claro o porquê da maldição da Fera, o que nos faz entender a psicologia que se se seguirá nos 120 minutos seguintes. 

Não gosto de filmes cantantes, me enfadonha, e obvio que a Bela e a Fera não ficou pra trás. Acho chatíssimo o nhen nhen nhen das cantorias, então sublimei e quis prestar atenção na produção em si. Todos os utensílios falantes são de uma beleza que nem o desenho mostrou. Um elenco de peso dublando, atores sensacionais, como Emma Tompson, Ewan Mcgregor e tantos outros que transformam objetos inanimados em grandes personagens.

Já o par romântico, esse sim deixa a desejar. Emma Watson havia sido cotada para La La Land, e preferiu o conto de fadas da Disney. Acertou na escolha? não sei! Emma Stone com seus olhos expressivos salvou o musical tão aclamado. São tantas “Emmas” que chego a me confundir...rs

Mas Emma Watson não tem beleza para uma princesa. Tem um rosto meio masculinizado. Talvez seja impressão minha, quem sabe! Não convence. Não é meiga o suficiente para domar uma fera, e essa então, longe de ser assustadora, como o personagem pede. A caracterização é perfeita, da pra enxergar o ator por baixo dos pelos. Alias esse cuidado em deixar rastros do ator fez com que a fera ficasse bonita. Sim, o monstro sombrio é bonito. Alias, ele sim é meigo, cut cut, parece um boneco de pelúcia. Isso estraga! A transformação interior da Fera nem existe por que ele já começa o filme sendo Fofo. Quem assistir vai me entender.

Um passatempo agradável. O resultado final é bom, por que tem um sensacional Gaston, o antagonista que rouba a cena. Seu fiel escudeiro LeFou é a bichinha saltitante que arranca risos da plateia. Ainda estou pensando se era necessário.

Recomendo, desde que não paguem uma fortuna para assistir.



Abraços.

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A PODEROSA?

Não sou o tipo de cidadão que acredita que o mal existente no país vem da Rede Globo. Não acredito que seja o satã personificado querendo induzir o povo a comprar ideais ditadas por ela, mas sei que há em certos momentos manipulação exacerbada sobre determinados assuntos. Até ai, como um ser pensante, posso simplesmente mudar de canal, ou não assisti-la, por isso vivo num pais democrático.

Conheço pessoas, que num passado recente frequentava minha casa, mas após o deflagração do impeachment viraram radicais islâmicos pregando que qualquer um a favor da saída da presidenta era um excomungado apátrida. Pois bem, esses acusadores da rede globo manipuladora são gays, e clamavam aos ventos que a emissora era preconceituosa e homofobica. 

Queria eu agora, sentado na minha poltrona ouvir deles o que estão achando da crescente campanha da emissora em desvendar mistérios como  a transgenia no programa numero da casa ( Fantástico), ou na forma respeitosa e não mais caricata que apresentar o gay masculino em suas produções. E aí comunas, dissertem sobre isso?

O Ta no Ar, é um programa inteligente, perspicaz e de humor direto, sem as lengas lengas dançantes que Mauricio Sherman metia goela abaixo em bordões sem graça anos a fio. Ontem o clipe de encerramento teve sua paródia clássica (quase sempre cantada e escrita por Marcelo Adnet) dizendo o quanto é bom ser gay. Risível e pensante. Hoje foi postado e comentado por Jean Wyllys em sua pagina do Twitter. Esse, defensor dos gays e oprimidos, herói autointitulado contra o satânico Dr. Bolsonaro. Não gosto dele, não o sigo, mas vi sua publicação:

[Nada + diferente de um gay do que outro gay, ainda assim, partilhamos o sentimento de pertencimento a uma mesma comunidade. Valeu, #TáNoAr!]

Queria muito ver a cara desses amigos que idolatram Jean e escarneiam a Rede Globo. Fala aí, a toda poderosa não era a culpada pela intolerância a gays por que proibiu Bruno Gagliasso de beijar um cara em 2005?

Não quero e nem farei apologia a emissora, apenas gostaria de entender algo que ainda me foge. Essa tendência a explicar e minimizar a presença de homossexuais em suas programações. Qual interesse? O Canal GNT do Grupo Globosat já havia feito uma serie, diga-se de passagem, é sensacional, explicando a “liberdade de Gêneros”. Em canal aberto coloca Fernanda Lima idolatrando a classe GLBT e travestindo seu marido, galã, numa Drag Queen Exuberante!

Será que esse é um caminho sem volta, e a rede Globo quer mostrar que evoluiu? Será que algum dos caciques do alto escalão resolveu sair do armário nas produções? Será que isso é uma afronta ao Canal religioso que prega a homossexualidade como doença?

Enfim, se alguém tiver uma explicação, me avise. Por que tenho feito essa pergunta, o que terá acontecido a Baby Jane...oops, O que terá acontecido a rede Globo.

Não, não estou biruta, o Baby Jane é tema de um próximo post, apenas fazendo uma chamada...rs.

Abraços.


TEMPO, TEMPO TEMPO

Chronos, preciso bater um papo contigo. Cadê o tempo que eu tinha alguns anos atrás que agora sumiu? Quero respostas.

(Chronos, o deus do tempo da mitologia grega)

Não sei o que aconteceu, mas não tenho tempo pra mais nada. Não leio, não vejo minhas série, não pinto, não viajo, não escrevo no blog, não escrevo meus contos, nada. O que houve com aquele tempinho gostoso que eu tinha para sentar e desfrutar de uma boa leitura, alias, essa agora dificultosa com o advento dos óculos de grau. Horrível ler de óculos!

Não sou workaholic, pelo contrario, passo longe. Preguiça de gente que fica até altas horas da madrugada sentado trampando para alguém (que não é ela) ficar mais rico. Não sou esquerdista, nem Lulista, muito menos sindicalista...rs, mas passei da época de me desdobrar madrugada adentro por nada.

Só queria meu tempo de volta. Acordo, trabalho, almoço, volto pra casa, e bummm, acabou o dia. Não sei se o tempo está relacionado a ser solteiro. Esses parece terem mais 30 horas do dia pra desfrutar de pilantragens. Será?

Não são minhas cachorras que tiram minha folga. Acreditem, novelas, que eram meu prazer noturno, não existem mais no meu dia. Tudo que sei delas, vejo pela internet. Alias, sigo tudo e todos pela internet agora. Não perco tempo sentando em frente da TV pra ver figuras estranhas se digladiarem no BBB. Leio no uol, vejo no twitter e já sei que o medico babaca pega a mal caráter novinha. Pronto, to livre de discussões acaloradas sobre quem fica e quem saem no paredão.

Mas e dái, to com uma pilha de livros para ler, tenho um espaço de atelier em casa, e nem arrumei para poder pintar um quadro. Não sento em frente ao pc pra escrever no meu blog. Fora as centenas de series maravilhosas que a Netflix disponibiliza e não tenho sequer encostado a bunda no sofá pra vê-las.

Chronos, vem cá, me explica aí: o que você fez com meu tempo, oh cabra?